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22/10/2022

O risco de virarmos Venezuela não é coincidência.




De tanto ouvir gente falando coisas erradas, só porque tem preguiça de procurar, o titio aqui resolveu escancarar uma das afirmações mais presentes nos últimos anos. No princípio, temos um país que, há décadas passou por um regime militar. Aí, apareceu um dirigente que o levou a um caos total, virou exemplo de coisa ruim – e é sobre ele que eu vou te falar.


Ele nasceu numa pequena cidade do interior, numa família modesta, onde teve uma infância humilde e sem luxos. Ingressou na carreira militar, passou pelas academias, foi paraquedista e chegou a oficial; não um general, nada disso, ficou abaixo de coronel. Mas acabou incorrendo em faltas disciplinares graves, que lhe custaram a carreira militar – e o jogaram na política. 

O país, como todos sabem, lidava com problemas crônicos: aumento da pobreza, corrupção, desvio de dinheiro público, saúde, educação – o de sempre.  Dois partidos se alternavam no poder há décadas, polarizando as disputas eleitorais. E é aí que entra o Grande Líder, pra acabar com a corrupção desses políticos profissionais. Embora ele estivesse entrando pra política, declarou: "Sou apenas um homem, um soldado, um patriota". Parecia um cara diferente; o povão, cansado das elites, começou a prestar atenção. 

Ele começou por agrupar muitos militares ao seu redor, o que significaria, em pouco tempo, cargos. Também partiu pra ofensiva em relação aos outros poderes. Enfrentou a imprensa e passou a pregar contra o processo eleitoral, que sempre elegia os mesmos canalhas. Foi assim que ele acabou chegando ao Poder.

Uma ideia recorrente acabou virando realidade: armar a população civil e formar milícias, em nome da liberdade. O governo já era dele, claro. Tomar o Estado é mais grave e profundo. E, dentre as outras medidas para isso, seria necessário eliminar a ação dos órgãos de investigação, fossem polícias ou funcionários públicos civis. Quem não se enquadrava era perseguido e demitido, com os dados oficiais obedecendo a vontade do governo.

O próximo passo foi desacreditar as instituições democráticas. E seu alvo preferencial foi a Suprema Corte, que não lhe deixava governar. Com diversas manobras junto ao parlamento, conseguiu praticamente dobrar o número de integrantes do Supremo, recheando a corte com gente sua – e nunca mais teve problemas em interpretar as leis e a própria Constituição à sua vontade. Criticar o governo virou crime contra os interesses nacionais.

Ele buscou calar uma das principais emissoras de TV do país, pois ela era de oposição. Ah, durante a pandemia, o governo combateu a covid-19, em parte, com um medicamento que todo mundo jurava que era ineficiente, a cloroquina.

Bem, você, evidentemente, sabe de quem eu estou falando, não é mesmo? Eu sei, esqueci de falar: tudo isso que eu disse hoje se refere à Venezuela e ao regime criado por seu “grande líder” Hugo Chávez. 

Se bem que teve um político brasileiro que, numa entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, disse "Chávez é uma esperança para a América Latina e gostaria muito que essa filosofia chegasse ao Brasil. Acho que ele [Chávez] vai fazer o que os militares fizeram no Brasil em 1964, com muito mais força.” Na época ele era deputado; hoje, é candidato a presidente. “Tá ok”?

Todas as informações desse texto foram encontradas nos sites da BBC e do Instituto Liberal de São Paulo. Nenhum dos dois é comunista, tá?

Olha, nem em sonho eu quero que o Brasil vire uma Venezuela!!




Fontes

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-58124049

https://www.institutoliberal.org.br/blog/como-a-venezuela-se-tornou-uma-ditadura/