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24/08/2008

pós-graduação

material apresentado na aula sobre o barroco (textos)

21/08/2008

o emocionante final! (da entrevista para vanessa oliveira)

ahhhhhhhhh...! agora, vamos à minha pergunta-chave: desde que se instituiu o pós-modernismo no mundo você acha que existe a possibilidade de uma nova escola surgir ?

não com o sentido que as escolas tiveram no passado. você tinha lá impressionismo,

expressionismo, cubismo, fovismo, os ‘ismos’ todos das vanguardas e tal.

isso daí levantava, assim, a visão de mundo de um grupo – mas o mundo era muito mais simples.

lembrar que, entre mil novecentos e..., bem, desde a segunda guerra mundial, desde um pouco antes dela terminar (terminou em 1945) até 89, com a queda do muro de berlim, o mundo estava divido em blocos irreconciliáveis: um liderado pelos eua e europa, outro liderado pela urss, china e tal. então, por exemplo, você tinha um conceito de direita e esquerda. por mais que eles se misturassem no meio do caminho, você tinha um conceito básico de direita e esquerda. depois da queda do muro teve até um... um... não lembro se jornalista, historiador... enfim, um articulista que anunciou o fim da história, que agora o mundo não vai mais se dividir em blocos eee..., então, a história vai rolar de uma maneira mais uniforme.

mentira, o que é isso?! você teria que eliminar... pra não acontecer mais isso daí, você deixa só a união européia e eua, só o grupo dos sete e pronto. aí, joga uma bomba de nêutrons

(nota do blogdowarde: ela só destrói matéria orgânica, como pessoas, vegetais e animais, deixando a infra-estrutura – concreto, ferro, asfalto e tal - intacta) no resto do mundo.

enquanto tiver o resto do mundo vai ter luta de classes, vai ter pobre e rico e tal; porque os caras estão, desde os anos 80, enfiando na nossa goela o negócio da globalização, globalização, globalização (que pode ter começado com as grandes navegações do século 15!); que tem um discurso muito bacana e eu adoraria que a globalização fosse de saúde, comida, paz e ursinhos carinhosos – entendeu? –, adoraria que fosse isso aí a globalização.

mas o que se globaliza é o consumo, não se globalizam oportunidades iguais; se globalizam... hãã... produtos idênticos, vendidos por preços diferentes em várias partes do mundo; globaliza-se a cultura...

fazem um grande negócio?
éééé, porque é um grande negócio e isso vai tirando a identidade das pessoas. elas vão perdendo a capacidade de lutar, porque elas não sabem por quê elas vão lutar.
porque elas não sabem quem elas são; então, “vou lutar pra quê”?

num contexto desses, surgir uma escola, uma corrente artística uma... uma idéia em qualquer campo da arte, que um monte de gente diga “ei, gostei disso daí; eu quero me expressar da mesma maneira”... é difícil.
pra isso acontecer você teria que ter visões de mundo parecidas e encontrar muita gente com essas visões de mundo parecidas. então, é meio difícil que venha a existir uma “escola”, no sentido antigo.

a partir dos anos 80, com a pós-modernidade (aliás, essa expressão, se não me engano, já existia na década de 50), instituiu-se o “tudo-ao-mesmo-tempo-agora”, como diz um disco dos titãs.

aquele negócio que eu falei antes, de liberdade da criação artística, continua sendo verdade porque eu posso colocar um personagem na minha peça, uma mulher com o cabelo cortado à maneira da cleópatra e ninguém vai estranhar, vai ser um elemento a mais na minha peça.
o último espetáculo teatral que eu fiz chamava-se oroboros,

que é um símbolo utilizado na alquimia, utilizado em mitologia no mundo inteiro, dos astecas aos chineses, dos gregos aos hindus; é usado em mitologia do mundo inteiro. é uma cobra ou um dragão que morde a própria cauda e, neste ato, forma um circulo que, segundo os iniciados, engloba toda a existência, não só esse planeta, não só esse universo, engloba tudo e tal. e o significado disso daí é que – e esse era o subtítulo da peça – o fim é só o começo, o fim e o princípio das coisas acabam se tocando.
o interessante é que o espetáculo falava sobre busca de identidade; o cara, o personagem central buscou sua identidade a peça inteira, mas ele não sabia o que estava buscando... era só pra saciar a curiosidade dele sobre umas coisas que ele andou lendo; foi tentar descobrir o que era aquilo lá e – atenção, agora! – quanto mais fundo ele ia pra saciar a curiosidade, mais ele sabia porque tinha aquela curiosidade; sabendo porque que tinha aquela curiosidade, sabia quem ele era etc. etc. etc. e, quando termina a história, é que ele... reflete sobre o seguinte: “essa história não acabou, ela está acontecendo; ainda e ainda está acontecendo, em vários lugares ao mesmo tempo. é por isso que essa história é contada; essa história precisa ser contada; ou, então!, essa história é contada porque ela precisa". que é um jeito de dizer o quanto tudo isso vale a pena, pra gente acabar descobrindo quem é.
de verdade.

você acha que as pessoas hoje estão em busca da identidade mesmo? a arte não se manifesta como antes porque as pessoas não tem identidade?
ééé...eu não sei se as pessoas estão em busca da identidade ou se elas aceitam..... sabe o que eu acho fascinante? o negócio de clone. as pessoas falam “ih, será que um dia vão clonar um ser humano?”
toda vez que eu escuto isso eu penso: “de novo?”
porque a gente já está sendo transformado; todos nós estamos sendo transformados em clones, né?
a gente é sempre conduzido. já dizia monteiro lobato na década de 30, que a gente vai sendo conduzido como um grande rebanho; e a gente vai comendo as mesmas comidas, comendo a batata frita cortada sempre do mesmo jeito, o hambúguer, o refrigerante; tudo igualzinho.
... marionetes, né? teatro de marionetes...
...é, teatro de marionetes.
e aquele hambúrguer, a vantagem dele, o que diz a propaganda? “ele é igualzinho em todos os lugares do mundo”. é mesmo? o clima não é diferente, os costumes não são outros, os temperos que agradam as pessoas não são outros? é.
mas, a gente vai sendo doutrinado desde pequeno. quando o cara cresce ele vai gostar daquilo lá, os (pronunciando exagerada e farsescamente as palavras estrangeiras) "hamburguers" de "fastfoods" internacionais, pra não dizer (irônico) "mcdonald’s", porque eu não quero citar o nome "mcdonald’s", mas quando as pessoas falam assim “ah, mas eu gosto”, é claro que gosta, a sua festa de aniversário era no "mcdonald’s", você vai ao "mcdonald’s" desde criança, claro que você cresceu gostando daquilo.

aí, você vai lá no seu tio, no seu pai, no seu avô e eles falam assim “não, não gosto; essa batata frita deles não tem gosto de nada, eu prefiro aquela batata que é cortada na mão mesmo, um gominho fica mais grosso, outro fica mais fino e você põe na frigideira e tempera; uma fica mais sequinha, outra fica mais molinha, outra uma fica mais tostada, outra fica mais branquinha, elas são diferentes e eu gosto desse jeito, porque foi assim que eu cresci”

pois é, querida vanessa, a batata frita de antigamente cada um sabia fazer a sua em casa (éramos auto-suficientes em batata-frita!), e hoje todo mundo come a mesma; e a gente usa os mesmos cabelos, ouve as mesmas músicas, assiste aos mesmos filmes.

então, se a cultura é o que nos dá identidade e a nossa cultura está sendo transformada numa coisa só... nós estamos virando a mesma pessoa.

isto é: clones.

obrigada, warde!
eu é que agradeço!

10/08/2008

arte moderna


oi, pessoal da pós-sjudas (criação visual e multimídia). conforme prometi, aí vai o diagrama da arte moderna.
claro que não dá pra ver nada assim.
basta clicar sobre a imagem pra engrandecer a danada. divirtam-se!
(e todo mundo mais que passar por aqui, evidentemente...)

ah, também falei de uma bibliografiazinha legal. ei-la:

argan, giulio carlo arte contemporânea, companhia das letras, sp, 2001.

arnheim, rudolf, arte e percepção visual – uma psicologia da visão criadora, thomson learning edições, sp, 2007.

dempsey, amy estilos, escolas e movimentos – guia enciclopédico da arte moderna, cosac naify, sp, 2005.

gombrich, ernst h. a história da arte, ltc editora, rj, 1999.

stangos nikos (org.) conceitos da arte moderna, jorge zahar ed, rj, 1991.

wölfflin, heinrich renascença e barroco, ed. perspectiva, sp, 2005.